sexta-feira, 28 de maio de 2010

O BRINCAR COMO UM MODO DE SER E ESTAR NO MUNDO

Entre os meus textos escritos no período da faculdade está este, baseado nos escritos da autora Ângela Meyer Borba.

As brincadeiras que nos divertiam na nossa infância acabam muitas vezes não divertindo nem interessando nossas crianças, pois o que mais lhe chamam a atenção são as brincadeiras virtuais.

Ainda encontramos crianças que buscam o prazer das brincadeiras nos materiais que para os adultos não tem mais utilidade, transformando estes em brinquedos e personagens, frutos de sua incrível capacidade de imaginar.

A criança é um ser sujeito, construtor de sua própria história, inserido em uma sociedade cultural e diversificada, interagindo com o outro e nunca isoladamente. Através do brincar e das experiências vividas, ela é capaz de transformar a brincadeira de acordo com o seu espaço e relações estabelecidas num determinado tempo, se adaptando ao mundo, reproduzindo, reinventando e recriando culturas.

A brincadeira é considerada por muitos perda de tempo, mas não há infância sem brincadeira, nem criança sem infância.

Em algumas instituições educacionais já encontramos espaços abertos para a construção do conhecimento através do jogo e da brincadeira, porém na prática é deixada e lado, por falta de tempo e espaço, ou então, por não ser levado muito a sério pela maioria do corpo docente , sendo que o brincar fica restrita apenas a hora do recreio e como forma de “desestresar”. Mas a brincadeira também é séria: no trabalho também muitas vezes brincamos e na brincadeira também trabalhamos. Precisamos criar espaços e vivências para juntos sermos sujeitos históricos.

A psicologia aponta que “o brincar é um importante processo psicológico, fonte de desenvolvimento e aprendizagem”. Quando as crianças brincam de ser outros estão reproduzindo vivências de seu meio e assim descobrindo-se no mundo.

O brincar envolve complexos processos de articulação entre o já dado e o novo, entre a experiência, a memória e a imaginação, entre a realidade e a fantasia.

A brincadeira não é algo dado ao ser humano, ou seja, em uma determinada cultura as brincadeiras são passadas de geração a geração, unindo e reconstruindo novas possibilidades do brincar, envolvendo múltiplas aprendizagens, constituindo um espaço para o mesmo, proporcionando novas compreensões e de ação sobre o mundo. Ela é um espaço de mentirinha, no qual os sujeitos têm controle sobre a situação, em que novos significados estão sendo partilhados.

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