As mudanças são profundas e não implicam em apenas mudar o jeito de ensinar, mas o modo de entender a educação e alfabetização. As novas linguagens/tecnologias estão modificando nosso modo de viver e de estar no mundo.
A educação tem como objetivo/papel promover o processo de humanização das pessoas.
A alfabetização, neste processo, além de um conhecimento importante, é uma mediação: é pela alfabetização e pelo letramento que as pessoas conseguem interagir neste mundo comandado pela linguagem e pela tecnologia, sem negar as novas tecnologias e sem atrelar-se a ela, mas fazer uso delas para seu bem estar e o bem estar da sociedade. Hoje, só quem sabe ler, escrever, navegar..., consegue compreender e viver nesta sociedade tão complexa.
Em razão disso, tanto a educação quanto à alfabetização precisam considerar o tempo e o espaço que as pessoas vivem para poder contribuir na constituição de sujeitos de direitos. Estamos vivendo num tempo o qual nos coloca muitos desafios e conflitos: de um lado estamos diante um mundo cada vez mais informatizado e por outro de uma necessidade de resgatar relações intersubjetivas...
Não tem como ficar de costas ao que está acontecendo na sociedade. A tecnologia está aí e precisamos considerar isto na hora de planejarmos nossas aulas. Como? Criando situações de aprendizagens que desafiem o uso de todas as formas de linguagem. A escola precisa organizar-se em função das novas demandas. A inclusão acontece quando se abre espaços para que a criança possa conhecer e usar todas as formas de linguagem. A criança precisa aprender a falar (a tecnologia vem alterando, inclusive a língua), ler, escrever, contar. É necessário também contato com as novas tecnologias, com as novas linguagens, familiaridade com o computador, com o correio eletrônico, com a Internet. Hoje é preciso digitar e navegar tanto quanto ler, escrever e contar. O professor precisa viabilizar aos estudantes o acesso aos jornais diários, às principais revistas, à programação da TV, aos filmes...
A inclusão social, cultural é o grande desafio da atualidade. São muitas as formas de exclusão e a digital é uma delas. Toda criança tem o direto ao acesso à educação de qualidade. Não tem como ignorar: tecnologia “mexeu com as estruturas”, alterou modo de vida, valores, a relação entre as pessoas, principalmente no que se refere à linguagem. A escola precisa mudar porque a vida mudou o que não quer dizer que devemos deixar tudo para trás e negar o passado. È necessário que seja dado um novo sentido a escola, inserindo novas linguagens, novos debates e novas práticas. O grande perigo é achar que colocar um computador na escola significa modernizá-la. Ensino moderno é aquele prioriza aqueles conhecimentos realmente atuais, atualizados, pertinentes e relevantes para a constituição dos sujeitos. A criança precisa, conhecer, usar todas formas de linguagem para encontrar a forma mais adequada de ser: ser sujeito produtor de cultura.