sexta-feira, 28 de maio de 2010

A influencia da tecnologia na educação e na alfabetização

Este espaço foi criado para postarmos nossas criações referente a educação. assim segue mais um texto elaborado em aula:

As mudanças são profundas e não implicam em apenas mudar o jeito de ensinar, mas o modo de entender a educação e alfabetização. As novas linguagens/tecnologias estão modificando nosso modo de viver e de estar no mundo.

A educação tem como objetivo/papel promover o processo de humanização das pessoas.

A alfabetização, neste processo, além de um conhecimento importante, é uma mediação: é pela alfabetização e pelo letramento que as pessoas conseguem interagir neste mundo comandado pela linguagem e pela tecnologia, sem negar as novas tecnologias e sem atrelar-se a ela, mas fazer uso delas para seu bem estar e o bem estar da sociedade. Hoje, só quem sabe ler, escrever, navegar..., consegue compreender e viver nesta sociedade tão complexa.

Em razão disso, tanto a educação quanto à alfabetização precisam considerar o tempo e o espaço que as pessoas vivem para poder contribuir na constituição de sujeitos de direitos. Estamos vivendo num tempo o qual nos coloca muitos desafios e conflitos: de um lado estamos diante um mundo cada vez mais informatizado e por outro de uma necessidade de resgatar relações intersubjetivas...

Não tem como ficar de costas ao que está acontecendo na sociedade. A tecnologia está aí e precisamos considerar isto na hora de planejarmos nossas aulas. Como? Criando situações de aprendizagens que desafiem o uso de todas as formas de linguagem. A escola precisa organizar-se em função das novas demandas. A inclusão acontece quando se abre espaços para que a criança possa conhecer e usar todas as formas de linguagem. A criança precisa aprender a falar (a tecnologia vem alterando, inclusive a língua), ler, escrever, contar. É necessário também contato com as novas tecnologias, com as novas linguagens, familiaridade com o computador, com o correio eletrônico, com a Internet. Hoje é preciso digitar e navegar tanto quanto ler, escrever e contar. O professor precisa viabilizar aos estudantes o acesso aos jornais diários, às principais revistas, à programação da TV, aos filmes...

A inclusão social, cultural é o grande desafio da atualidade. São muitas as formas de exclusão e a digital é uma delas. Toda criança tem o direto ao acesso à educação de qualidade. Não tem como ignorar: tecnologia “mexeu com as estruturas”, alterou modo de vida, valores, a relação entre as pessoas, principalmente no que se refere à linguagem. A escola precisa mudar porque a vida mudou o que não quer dizer que devemos deixar tudo para trás e negar o passado. È necessário que seja dado um novo sentido a escola, inserindo novas linguagens, novos debates e novas práticas. O grande perigo é achar que colocar um computador na escola significa modernizá-la. Ensino moderno é aquele prioriza aqueles conhecimentos realmente atuais, atualizados, pertinentes e relevantes para a constituição dos sujeitos. A criança precisa, conhecer, usar todas formas de linguagem para encontrar a forma mais adequada de ser: ser sujeito produtor de cultura.

Algumas formas de inserir a criança no processo de alfabetização:

1- Alfabetizar, letrando

Objetivo/Foco: Ler e escrever para aprender a ler e a escrever - promovendo situações que permitam a reflexão sobre a linguagem nos seus diferentes contextos de usos.

Rotina: Colocar as crianças, diariamente em contato com as mais variadas situações (criativas e criadoras) de fala, leitura e escrita na perspectiva de ampliar o universo simbólico da criança... Promover práticas de leituras de linguagens simbólicas nas quais as crianças possam comunicar-se entre si com os adultos através do brincar, dos contos de fadas e da arte.

Promover situações de fala, leitura escrita e outras manifestações para que a criança possa usar e desfrutar da linguagem. A tarefa da professora é o de proporcionar um ambiente propício para que a criança perceba a leitura como algo desejável: apresentar o valor e o significado da leitura. Nesta etapa é importante enfatizar o processo da iniciação da criança na literatura e que a leitura seja resultado do desejo da criança tornar-se leitor/escritor em detrimento aos aspectos técnicos da aprendizagem da leitura e da escrita. Ter o texto literário como base.

Experiências compartilhadas de leitura e de escrita (em situações de leitura e escrita gratificantes em que grupo de crianças observa um bom leitor ler com fluência e expressividade e acompanha visualmente o texto...), Conversar sobre o lido, relacionar com experiências vividas, audição de contação de histórias.

Imersão na linguagem escrita – formas de linguagem por meio de seu uso funcional:

Interagir com diferentes gêneros e suportes textuais

Desenvolver a habilidade para ler o mundo, interrogando os textos autênticos da sala de aula e de seu meio.

È tempo também do professor/mediador privilegiar em seu programa o desenvolvimento da consciência fonológica da criança, não de forma isolada e com objetivo em si mesma capacidade de ler com autonomia pressupõe a aquisição de habilidades pertinentes ( reconhecer letras e fonemas decodificação de palavras): Brincar com as palavras – “jogos práticos”

Produzir textos orais e escritos e a partir destes, promover situações que permitam a aquisição das regras estruturais da linguagem: perceber que as letras substituem os sons e que os sons podem ser combinados para formar palavras, frases...

2- Letrar alfabetizando

Objetivo/foco: Aprender a ler e escrever de forma independente.

Rotina: Promover momentos diários e sistemáticos de leitura, escrita e de fala através de atividades e experiências diversificadas considerando as necessidades e desejos de cada grupo;

“Mergulhar” a criança no mundo letrado: Fazer visitas sistemáticas na biblioteca ou sala de leitura, bancas de revista para que a criança tenha contato com diferentes gêneros textuais.

Nesta etapa, é preciso consolidar as aprendizagens anteriores e dar continuidade ao processo de alfabetização e de letramento, trabalhando estas duas dimensões simultaneamente, ou seja, conciliando atividades de alfabetização e letramento, enfatizando, no entanto, o trabalho com leitura e produção de texto.

Descoberta que a sociedade é orientada pela escrita: História da escrita

Compreender e usar os princípios da escrita

Aprendizagem da relação entre os símbolos (letras) e os fonemas, entendendo por fonema os sons constitutivos da fala (se refere à aprendizagem dos fônicos). Realizar isso a partir de uma rica conceitualização das funções da linguagem escrita, lembrando que o ensino letra-som não tem sentido para uma criança se esta não conhece as funções da linguagem impressa e a existência de distintos tipos de textos (contos, cartazes, poemas, receitas...):

  • Associação fonema- grafema;
  • Associação som/ponto de articulação/letra;
  • Descoberta da combinação entre as letras entre si;
  • Reconhecimento da seqüência de sons dentro de uma palavra.

Análise estrutural das palavras;

Análise contextual (implica na habilidade do leitor reconhecer palavras desconhecidas e seus significados mediante a posição ou função da palavra dentro de um padrão familiar de oração).

Trabalhar leitura, produção textual e gramática de forma interligada.

Trabalhar com projetos que envolvam a necessidade da interlocução entre as áreas do conhecimento na compreensão de si do outro e do mundo.

Elementos constituintes da Alfabetização

No primeiro semestre de 2007, estudos referente a alfabetização, construí alguns textos referentes a esse tema:

A alfabetização é essencial para que o sujeito possa interpretar realidades, confrontando, intervindo, resgatando, registrando e construindo seus valores e suas verdades.

A criança vem a escola com o desejo de aprender, principalmente a ler e escrever, trazendo consigo conhecimentos e a curiosidade em fazer novas descobertas. A criança aprende interagindo com o meio, desafiando-se, construindo hipóteses e conceitos sobre as situações que surgem durante o processo.

A alfabetização tem muitas faces. Depende de como nos posicionamos frente a este conhecimento. É muito importante que a criança desde muito cedo seja inserida no mundo das diferentes linguagens. Quanto mais cedo a criança poder estar em contato com boas imagens, boas histórias e poesias, mais irá se interessar em se apropriar deste conhecimento. Pesquisas estão mostrando que antes de aprender a ler a criança precisa gostar de ler, saber as funções da leitura e viver experiências positivas de leitura. Daí a importância da família estar integrada neste esforço. A criança que vive num espaço de letramento aprende de forma mais rápida e eficiente. A professora precisa sempre partir do que a criança já sabe sobre a leitura e a escrita para propor situações de aprendizagem que desafiem a criança a querer saber mais... Outro procedimento importante é sempre alfabetizar de maneira interdisciplinar..., sob forma de projeto.

Conforme Freinet, “é preciso considerar a realidade em que os alunos estão inseridos, ninguém avança sozinho na sua aprendizagem, é preciso a cooperação”.

A família é o primeiro grupo social da criança. São nos primeiro anos da vida que a criança constrói seus primeiros referenciais de vida, principalmente aqueles que tratam de reconhecimento, da afetividade e de “lugar”. Pesquisas apontam de que as crianças que têm vivência de leitura, arte, literatura na família, aprendem de forma mais eficiente, rápida e com maior envolvimento. Estas pesquisas rompem, definitivamente, com o mito que crianças que provêm de famílias de classe menos favorecidas economicamente, têm mais dificuldade em aprender do que as crianças de classes médias altas. Na verdade, quando se fala em carência, pobreza, não está - se referindo a pobreza e carência econômica, mas de carência em convívio familiar, seja carência da presença efetiva dos pais, do carinho, do ambiente de letramento...

FALANDO MAIS UM POUCO SOBRE O BRINCAR

BRINCADEIRA, CULTURA E CONHECIMENTO:

A FUNÇÃO HUMANIZADORA DA ESCOLA

Entende-se a brincadeira como uma forma de transmissão de culturas, ou seja, toda criança já trás consigo, desde muito cedo uma série de práticas e conhecimentos que vão sendo acumulados no decorrer de sua vida, através dos estímulos e experiências do meio em que vive. Por outro lado, é através da brincadeira conjunta que o indivíduo interage com o seu companheiro em um grupo e, dessa maneira, vai constituindo sua própria cultura, através de observações e práticas realizadas. É a união de vários saberes em um só saber.

Também se percebe que as crianças valorizam muito as culturas que os coleguinhas trazem de casa para a escola, durante uma brincadeira, brinquedos industrializados, por exemplo, chamam mais a atenção e despertam o desejo em qualquer criança. As propagandas também auxiliam muito para mudar as culturas que as crianças trazem de casa, fazendo parecer, que só é importante e bem vista, aquela pessoa que está dentro da moda.

A brincadeira faz com que a criança se desprenda do mundo real danado asas à imaginação, ou seja, ela tem a liberdade de modificar até mesmo o tempo a partir daí, viver passado, presente e futuro, invertendo os papéis e tentando descobrir suas dúvidas e curiosidades vivendo o desconhecido.

O espaço em que se é disponível para as crianças brincar, também irá influenciar muito na formação da sua cultura, visto que a brincadeira é um lugar de construção de culturas fundadas nas interações sociais entre as crianças.

A amizade entre as crianças também se forma a partir das brincadeiras coletivas, onde elas aprendem a dividir e a conviver com o outro respeitando seus gostos e ideais. Com isso, cria regras de convivência social e de participação nas brincadeiras.

Observar as crianças e adolescentes brincando nos possibilita observar, analisar informações que nos ajudarão a organizar de melhor maneira os espaços escolares de ensino aprendizagem, incentivando o brincar, oportunizando maior diálogo, e de maneira mais fácil compreender a lógica do pensar, sentir e fazer, contribuindo para a formação de identidades individuais e culturais. Dessa forma reafirmando que o brincar é indispensável ao ser humano, que por sua vez é sujeito cultural e humano inserido em um grupo social, portanto, direito de todos e uma das principais formas de ação sobre o mundo.

Nas escolas está sendo aberto mais espaço para o brincar por ser o lugar de encontro de crianças, adolescentes e adultos, o principal espaço de socialização, levando em conta que os espaços sociais antes direcionados e utilizados para a brincadeira estão diminuído consideravelmente.

A brincadeira não pode ser apenas utilizada como meio de assimilação de conhecimentos pré-estabelecidos, mas pelo simples ”prazer” de brincar. Ela pode e deve ser utilizada como meio de aprendizagem, mas é preciso interagir ludicamente, para que a criança/adolescente possa interagir com o conhecimento, permitindo escolhas, decisões, descobertas, perguntas e soluções compreendidas pelos mesmos, caso contrário será mais um exercício.

Aprender brincando ou de brincar aprendendo, da mais prazer, incentiva o processo de conhecer, descobrir. E com certeza aprenderemos muito com essas experiências.

Os educadores precisam bem conhecer seus educandos, para que contemplem seus interesses e necessidades, não menosprezando cultura, nem classe social, sendo que as experiências culturais são o principal eixo do brincar nas práticas educacionais. Isso exige não só pátio e a hora do recreio para brincar, mas proporcionar em sala de aula novas maneiras de brincar com o conhecimento.

Ao planejar atividades precisamos nos questionar: “a que fim e a quem estão servindo?” Proporcionar momentos que contemplem autonomia, iniciativa e interação entre as crianças, colocando-se a disposição, aberto ao diálogo, que criem juntos, brinquem, que sejam espontâneos, que suas descobertas, resignificassões sejam estimuladas. Oportunizar espaços e materiais para que a descoberta seja feita espontaneamente, conhecer suas realidades e compreender seu modo de ser e estar no mundo, o por quê de suas atitudes, para melhor estabelecer um elo de ligação entre o ensinar e aprender, cria e imaginar.

Assim, faz-se necessário à arte de brincar, é prazeroso, descontraído, interativo, nos faz viajar pelos caminhos da imaginação, amplia nossos conhecimentos sobre o mundo, posicionando-nos como sujeitos culturais, construtores de nossa própria história.

O BRINCAR COMO UM MODO DE SER E ESTAR NO MUNDO

Entre os meus textos escritos no período da faculdade está este, baseado nos escritos da autora Ângela Meyer Borba.

As brincadeiras que nos divertiam na nossa infância acabam muitas vezes não divertindo nem interessando nossas crianças, pois o que mais lhe chamam a atenção são as brincadeiras virtuais.

Ainda encontramos crianças que buscam o prazer das brincadeiras nos materiais que para os adultos não tem mais utilidade, transformando estes em brinquedos e personagens, frutos de sua incrível capacidade de imaginar.

A criança é um ser sujeito, construtor de sua própria história, inserido em uma sociedade cultural e diversificada, interagindo com o outro e nunca isoladamente. Através do brincar e das experiências vividas, ela é capaz de transformar a brincadeira de acordo com o seu espaço e relações estabelecidas num determinado tempo, se adaptando ao mundo, reproduzindo, reinventando e recriando culturas.

A brincadeira é considerada por muitos perda de tempo, mas não há infância sem brincadeira, nem criança sem infância.

Em algumas instituições educacionais já encontramos espaços abertos para a construção do conhecimento através do jogo e da brincadeira, porém na prática é deixada e lado, por falta de tempo e espaço, ou então, por não ser levado muito a sério pela maioria do corpo docente , sendo que o brincar fica restrita apenas a hora do recreio e como forma de “desestresar”. Mas a brincadeira também é séria: no trabalho também muitas vezes brincamos e na brincadeira também trabalhamos. Precisamos criar espaços e vivências para juntos sermos sujeitos históricos.

A psicologia aponta que “o brincar é um importante processo psicológico, fonte de desenvolvimento e aprendizagem”. Quando as crianças brincam de ser outros estão reproduzindo vivências de seu meio e assim descobrindo-se no mundo.

O brincar envolve complexos processos de articulação entre o já dado e o novo, entre a experiência, a memória e a imaginação, entre a realidade e a fantasia.

A brincadeira não é algo dado ao ser humano, ou seja, em uma determinada cultura as brincadeiras são passadas de geração a geração, unindo e reconstruindo novas possibilidades do brincar, envolvendo múltiplas aprendizagens, constituindo um espaço para o mesmo, proporcionando novas compreensões e de ação sobre o mundo. Ela é um espaço de mentirinha, no qual os sujeitos têm controle sobre a situação, em que novos significados estão sendo partilhados.